DIVÃ

PRA RIR E CHORAR

Medo de ser feliz pra sempre. Esse é o pontapé incial para Mercedes (Lilia Cabral) ir em busca de novos desejos aos 40 anos de idade. Procura fazer psicanálise e, a partir daí, a sua vida é completamente transformada. Essa busca pelo auto entendimento é acompanhada pelo público e pela sua grande amiga e fiel escudeira Mônica (Alexandra Richter - aquela mesma do Zorra Total), que é toda certinha com o seu marido e mostra o lado oposto de Mercedes.

Com cenas de comédia pastelão misturada à cenas de drama psicológico, o filme é divertido a ponto de fazer o público rir, chorar, rir de chorar e chorar de rir. Ao longo dessa sua nova vida, ela tem casos de amor com jovens garotos como Theo (Reynaldo Gianecchini) e Murilo (Cauã Reymond) que a fazem comprar novas roupas, se divorciar de seu marido Gustavo (José Mayer) - com o qual é casada há 20 anos e tem dois filhos, repicar o cabelo (uma das cenas mais engraçadas) e se sentir mais mulher; se sentir uma adolescente, na verdade. Durante esses dois casos de "amor" acontecem cenas hilárias como ela fumando maconha, ficando entrevada numa pista de dança e presa numa meia calça colada ao corpo. O filme fala diretamente com o público feminino, o que não siginifica que se restrinja apenas a este universo.

Baseado no livro de Martha Medeiros, antes de ir para as telonas, foi adaptado para o teatro, e com a mesma atriz - o que deixa Lília Cabral bastante a vontade na personagem. A direção de José Alvarenga (Os Normais - O filme) também é fundamental para a beleza do filme, já que ele (felizmente) soube manter a linha tênue entre o dramático e o cômico. Fora alguns problemas com o som, gostei muito de ver a sala de cinema lotada e de saber que o público está valorizando cada vez mais os (bons) filmes nacionais. E isso não é um discurso de um nacionalista.