
A primeira coisa que me impressionou foi ver que todos os trailers que antecederam ao filme eram de filmes brasileiros e, quando começou o filme, tive a segunda surpresa: a questão de dizer que não houve dinheiro público envolvido na realização do filme. Não precisava dizer isso; bastava divulgar na imprensa... (depois dizem que não houve interesses políticos por trás do lançamento desse filme. Mas lá no finalzinho desse texto eu discorro mais sobre essa discussão).
Sem dúvida Lula, o filho do Brasil foi o lançamento mais aguardado (por sua polêmica) do cinema nacional este ano e também não há dúvidas que Lula teve e tem uma ótima história a ser contada. Nada muito diferente de milhões de nordestinos que vão em busca de uma vida melhor em São Paulo. Começa com aquele clima meio Vidas Secas e 2 Filhos de Francisco no sertão nordestino e mostra o pai de Lula indo embora pra São Paulo, um pouco antes dele nascer. Mostra-se um pouco das dificuldades sofridas por D. Lindu – mãe de Lula interpretada por Glória Pires e, logo em seguida toda a família segue também para São Paulo tentar a sorte. Lá também encontram a pobreza, mas segundo D. Lindu, nada comparado ao que eles passavam no Nordeste. Já em São Paulo, Lula sofre com o alcoolismo do pai que ainda o obriga a trabalhar e não gosta de vê-lo estudar. Mostra um Luis Inácio inteligente e esforçado na escola a ponto da professora querer criá-lo.
O menino vai crescendo e perde sua casa, que é invadida pela água durante uma forte chuva (numa cena muito mal feita por sinal. As pessoas caminham no chão e ao mesmo tempo estão no teto. Estranhão!). Isso já aconteceu no Brasil? Lula entra para o SENAI e se forma em torneiro mecânico. Nessa profissão ele vai ganhando seu dinheirinho, se casa com uma amiga da adolescência – por quem se mostra muito apaixonado, perde o dedo, fica desempregado, consegue emprego novamente e começa a se envolver com as questões do Sindicato dos Metalúrgicos – coisa que ele nem ligava anteriormente. Não tava nem aí... Impressionante como as coisas mudam!
Engraçado. A gente acha que sabe da história de Lula, mas na verdade só sabia que ele era pobre, que não tem formação escolar, que era torneiro mecânico, que tem um dedo a menos e que virou presidente da República. O filme mostra muito mais que isso. Não sabia que ele tinha perdido sua mulher e filho na hora do parto por falta ou má atendimento de um hospital – isso ainda acontece?, e da forma curiosa que ele conheceu sua atual esposa Marisa.
Boas atuações e pouco tempo pra contar muita coisa. Claro! Se mantesse o ritmo e fosse maior ninguém ia agüentar, só acho que ficaram algumas lacunas, mas nada muuuuuuuuito discrepante. A última cena é Lula sendo levado novamente para a prisão por policiais da ditadura após manifestantes pedirem a liberação dele; depois disso, só informativos e a imagem dele no carro presidencial acenando para o povo no dia da sua posse, já prevendo o alto grau de popularidade que ele viria a alcançar com seu governo. Popularidade esta que vem sendo utilizada para abocanhar público para o cinema e fazer com que, de certa forma, o seu partido ganhe força para concorrer às eleições presidenciais deste ano de 2010. Não tem ninguém idiota! É claro que o filme foi lançado estrategicamente. Lógico! De qualquer forma, vale a pena ser conferido pelos eleitores (ou não) dele e adversários políticos.
Os atores que interpretaram o protagonista nas três fases de sua vida estão de parabéns: Rui Ricardo Diaz, Guilherme Tortolio e Felipe Falanga (que apanhou de verdade numa cena... tadinho!)
2 comentários:
queria ver, mas ninguém me convidou...
ehehehehe
bju Geo
Crítica do filme ou do personagem?
Ao que me parece, tá mais pro personagem...
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