CLUBE DE COMPRAS DALLAS


UMA QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA

30 dias. Ao descobrir que tem o vírus HIV, esse é o tempo que resta de vida para o senhor Ron Woodroof (Matthew McConaughey / ‘Magic Mike’ e ‘Como perder um homem em 10 dias’) – um eletricista/cowboy durão, cheio de preconceitos, mas que sempre soube enfrentar seus problemas de forma esperta, mesmo que essa forma esperta seja ilegal.

Clube de Compras Dallas é um drama que retrata o preconceito com os portadores do vírus HIV na década de 80 e a indústria farmacêutica bem no começo da epidemia, quando a doença ainda era muito ligada à homossexualidade.

Baseado numa história real, Woodroof, heterossexual, ao lutar pela sua sobrevivência – ‘se virando’ como sempre fez, começa a pesquisar e experimentar outros tipos de drogas que não são comercializadas nos EUA. Percebendo que funcionam melhor do que as testadas e impostas pela legislação norte-americana, ele aí encontra um nicho de mercado promissor para ganhar dinheiro e, trabalhando com o travesti, também com HIV, Rayon (Jared Leto / ‘Clube da Luta’, ‘O senhor das armas’ e vocalista da banda 30 seconds to Mars) começa a contrabandear e vender remédios. Meio que involutariamente torna-se um ativista, mesmo sem nunca demonstrar seu lado humano, frágil ou carinhoso – se é que existe.

Matthew McConaughey provou que realmente está compromissado com papéis viscerais e emagreceu mais de 20 quilos para viver o personagem. Mesmo achando essa fórmula de chamar a atenção com mudanças profundas no corpo cansativa, Matthew consegue realmente ser Woodroof. Convence, mas acho que não leva o Oscar de melhor ator. A atriz Jennifer Garner (‘Elektra’) interpreta a Dr. Eve Saks sem grande destaque e Jared Leto concorre ao Oscar de Melhor ator coadjuvante – torcendo por ele.

A direção de Jean-Marc Vallée deixa o filme, às vezes, numa mesmice e com cenas que poderiam ser, sem dúvida, eliminadas. Este é o único ponto fraco do filme. Com seus personagens o tempo todo à beira do abismo, Clube de Compras Dallas é uma história interessante e necessária para os tempos atuais de ‘despreocupação’ com o vírus HIV. Vale ressaltar que a cura para esta doença ainda não existe e que, apesar do controle com remédios, a AIDS mata.   


Ron Woodroof morreu em 1992 no Texas.

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