RAUL: O INÍCIO, O FIM E O MEIO




TOCA RAUL!

Enfim, mais de 20 anos depois da morte desse genial cara, Raul Santos Seixas (1945-1989) ganha um documentário à sua altura. Diferente de alguns documentários que perdem a atenção do público por se tornarem chatos, Raul: O início, o fim e o meio se torna um ótimo e indispensável filme não só para quem é fanático pelo Maluco Beleza, mas para qualquer pessoa que já ouviu pelo menos uma de suas músicas. Ou seja, para quase todo brasileiro.

Dirigido por Walter Carvalho, o mesmo diretor de Cazuza: O tempo não para, Raul: O início, o fim e o meio (não necessariamente nesta mesma ordem) narra a trajetória do cantor de forma cronológica: da infância em Salvador e sua idolatria por Elvis Presley à sua morte em São Paulo, vítima de seus vícios em drogas e álcool. O filme é resultado de um trabalho de pesquisa espetacular; mostra-se cartas, objetos, gravações e até desenhos que ele fazia tipo história em quadrinhos na infância. Além disso, tem-se depoimentos de muitas figuras que fizeram parte de sua vida – dos amigos de infância ao dentista que colocou próteses nele perto do fim de sua vida.

Emocionante e divertido, o documentário tem algumas cenas desnecessárias como a câmera acompanhando o caminho até o apartamento que ele morreu e depoimentos como o do dentista das próteses e de uma moça (da qual agora não me recordo o nome) que entra na piscina do Parque Lage com roupa e tudo depois de falar dele. Em contrapartida, Jerry Adriani – outra pessoa importante na vida de Raul não aparece em depoimento. Mas nada disso tira o brillho do filme. Deve ser realmente muito difícil contar a história de um mito, não é? Alguém discorda?

O depoimento de Paulo Coelho é ímpar, onde ele admite sem culpa ter apresentado todas as drogas à Raul; companheiro e parceiro em alguns clássicos, cada fala sua é uma revelação. E não poderia deixar de falar da mosca que o incomoda durante a entrevista; para quem é místico que nem Paulo..., enfim! Outros pontos altos são os depoimentos de suas quatro companheiras que falam nele com um olhar de saudade (menos uma delas – Edith, a primeira esposa) e Caetano Veloso cantando ‘Ouro de Tolo’.

Raul: O início, o fim e o meio traça um panorama geral da vida de um cara que levava tudo ao extremismo, de um mito que até hoje reúne milhares de fãs em São Paulo para comemorar o seu aniversário e de um cara que, segundo o próprio, cantava o ‘raulseixismo’. O pai dos malucos e incentivador da sociedade alternativa. Viva!

1 comentários:

Anônimo disse...

Gostei do documentário sobre o Raul Seixas quase que no total Achei estranho a não participação do cantor Jerry Adriani que Raul tinha uma grande amizade por ele! Basta ouvir á 1a faixa do Lp Caroço de Manga! E o que eu achei desnecesário e de mal gosto no filme há inclusão de cenas de sácrificios de animais retiradas do filme Contatos imediatos do 4o Grall de Toninho Buda!

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